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As infeçcões do trato urinário tem origem na ascendência de microorganismos pela uretra à bexiga e aos rins. Estes microrganismos, na sua maioria, são oriundos da flora intestinal. Este mecanismo explica a freqüência mais aumentada de infecções em mulheres (por conta da localização da uretra e do seu comprimento) e em pacientes submetidos a instrumentação do trato urinário baixo, como por exemplo sondagem vesical de demora ou alívio.

E. Coli é o patógeno a mais comum em todas as itu (aproximadamente 85% dos casos), seguida por outras enterobactérias. Fatores como a alteração no ph vaginal (devido a candidíase e outras alterações vaginais) e urinário, formação de biofilme em sondas urinárias de longa permanência, queda do estrogênio em mulheres, diabetes, presença de refluxo vesico-ureteral, gestação, entre outros, também são fato importantes na patogênese das infecções urinarias.

A simples inserção de uma sonda urinária de demora pode causar infecção em 1-2% das vezes, mesmo utilizando a técnica correta, asséptica. Eventualmente, uma sonda urinária de demora tende a causar presença de bactérias na urina em todos os pacientes dentro de 4 semanas aproximadamente, pois é um fator facilitador a ascendência desses patógenos aos trato urinário.

A prescrição inadvertida de antibióticos de largo espectro para infecções não complicadas ou contaminações e colonizações favorece o aumento das taxas de resistência bacteriana e diminui o arsenal terapêutico para os casos mais graves.

CISTITE
Cistite é a infecção urinária restrita à bexiga. a maioria das cistites ocorrem nas mulheres. Os sintomas mais comuns são o aumento da freqüência miccional, ardência, sensação de ter de urinar a todo o momento. Dor no abdome baixo e sangramento na urina podem estar presentes. Outras condições podem causar sintomas similares, como condições inflamatórias do trato urinário inferior, vaginites, uretrites (principalmente em homens).

E. Coli está envolvida em 75-90% dos casos, seguida pelo s. saprophyticus, k. pneumoniae.

O diagnóstico pode ser confirmado com um exame parcial de urina, coletado do jato urinário médio, que normalmente mostra presença de leucócitos e bactérias. O nitrito positivo nem sempre está presente, mas quando positivo aumenta a chance de confirmar uma infecção urinária.

A urocultura e o antibiograma isolam as bactérias e demonstram sua susceptibilidade aos antibióticos. Não é obrigatória. O diagnóstico clínico típico apenas ou com o auxílio de um exame parcial de urina são suficientes para o tratamento das infecções sem complicações.

O tratamento é com antibióticos de espectro, posologia, eficácia e custo adequados. O uso indiscriminado de antibióticos de espectro largo pode selecionar bactérias superresistentes a longo prazo em pessoas com infecção urinaria de repetição.

PIELONEFRITE
Pielonefrite é a condição em que a infecção urinaria ascendeu aos rins.

Dor em na lateral das costas, náusea, vômitos e febre são sintomas clássicos. Nem sempre podem estar acompanhados de sintomas de cistite ou do trato urinário inferior. A relação entre os achados clínicos e laboratoriais pode ser pobre, cada caso deve ser individualizado.

Algumas afecções abdominais podem ter sintomas similares, como por exemplo pancreatite, apendicite e diverticulite. Dor nas costas de origem osteo-muscular é um sintoma bastante confundido com dor nos rins.

Tratamento dos casos leves e moderados pode ser feito com medicação via oral. Em casos graves ou em pacientes vulneráveis, é indicada a internação para tratamento com antibióticos endovenosos.

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO RECORRENTE
A infecção urinária recorrente é uma condição onde há a presença constante de bactérias na urina que desencadeiam sintomas de infecção urinária não complicada e de maneira muito frequente. A literatura cita que a infecção urinária recorrente é aquela que ocorre 3 vezes ou mais em 12 meses.

Destes casos, devem ser excluídos aqueles que possuas qualquer alterações do trato urinário, presença de cálculos, principalmente os coraliformes, ou outra condição que seja potencial desencadeadora de infecção urinaria.

Os mecanismos de persistência ou re-infecção devem ser investigados. Revisão dos hábitos higiênicos, ingesta hídrica, costumes miccionais são alguns dados a serem abordados na visita ao médico. Exames de imagem do trato urinário e a confirmação da persistência ou re-infecção bacteriana também são solicitados.

O tratamento pode variar, dependendo de cada caso. Uso profilático de antibióticos ou contínuo em baixa dose pode ser uma opção. Qualquer tratamento que envolva antibióticos deve ser indicado e assistido por um especialista sob o risco de provocar resistência bacteriana e piorar o quadro de recorrência.